O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NÃO E UM TEMA NOVO
VEJA AGORA UM POUCO DO DESCASO DA ONU E DOS PAÍSES COM A SOCIEDADE MUNDIAL:
Países se comprometeram a reduzir emissão de gasesRonaldo Decicino*
Especial para a Página 3 Pedagogia & ComunicaçãoO Protocolo de Kyoto é um
acordo internacional entre os países integrantes da Organização das Nações
Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se reduzir a emissão de gases
causadores do efeito estufa e o consequente aquecimento global.
O Protocolo de Kyoto é fruto da preocupação com o aquecimento
global.
Esse Protocolo tem como
objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente
estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera,
principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de
desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno
desenvolvimento.
Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases foram
implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012. O Protocolo de
Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade japonesa de Kyoto,
nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se
dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram, dessa
forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de diminuir a
emissão de gases.
As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando
níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases, o
protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que compõe a
União Europeia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%. Países em
franco desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e,
principalmente, China, não receberam metas de redução, pelo menos
momentaneamente.
O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases,
mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos
oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. Diante das metas
estabelecidas, o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, desligou-se em
2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento
econômico do país.
Em 1988, ocorreu na cidade canadense de Toronto a primeira reunião com líderes
de países e classe científica para discutir sobre as mudanças climáticas, na reunião
foi dito que as mudanças climáticas têm impacto superado somente por uma guerra
nuclear. A partir dessa data foram sucessivos anos com elevadas temperaturas,
jamais atingidas desde que iniciou o registro.
Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática),
primeiro mecanismo de caráter científico, tendo como intenção alertar o mundo
sobre o aquecimento do planeta, além disso, ficou
constatado que alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2
(dióxido de carbono) emitidos pela queima de combustíveis fósseis.
Em 1992, as discussões foram realizadas na Eco-92, que contou com a
participação de mais de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco
Sobre Mudanças Climáticas.
Na reunião, metas para que os países industrializados permanecessem no ano de
2000 com os mesmos índices de emissão do ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse
contexto, as discussões levaram à conclusão de que todos os países,
independentemente de seu tamanho, devem ter sua responsabilidade de conservação
e preservação das condições climáticas.
Em 1995, foi divulgado o segundo informe do IPCC declarando que as mudanças
climáticas já davam sinais claros, isso proveniente das ações antrópicas sobre
o clima. As declarações atingiram diretamente os grupos de atividades
petrolíferas, que rebateram a classe científica alegando que eles estavam
precipitados e que não havia motivo para maiores preocupações nessa questão.
No ano de 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, essa convenção serviu para
firmar o compromisso, por parte dos países do norte (desenvolvidos), em reduzir
a emissão de gases. No entanto, não são concretos os meios pelos quais serão
colocadas em prática as medidas de redução e se realmente todos envolvidos irão
aderir.
Em 2004 ocorreu uma reunião na Argentina que fez aumentar a pressão para que se
estabelecessem metas de redução na emissão de gases por parte dos países em
desenvolvimento até 2012.
O ano que marcou o início efetivo do Protocolo de Kyoto foi 2005, vigorando a
partir do mês de fevereiro. Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto,
cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de troca. O mercado de
créditos de carbono pode aumentar muito, pois países que assinaram o Protocolo
podem comprar e vender créditos de carbono.
Na verdade, o comércio de carbono já existe há algum tempo, a bolsa de Chicago,
por exemplo, já negociava os créditos de carbono ao valor de 1,8 dólares por
tonelada, já os programas com consentimento do Protocolo de Kyoto conseguem
comercializar carbono com valores de 5 a 6 dólares a tonelada.
Segundo o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos têm de tomar algumas
medidas para atingir as metas de redução de gases:
·
Aumento da eficiência energética em setores relevantes da economia;
·
Proteção e aumento de sumidouros e reservatórios de gases de efeito
estufa sobre o meio ambiente, como as florestas;
·
Promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, florestamento e
reflorestamento;
·
Promoção de formas sustentáveis de agricultura;
·
Pesquisa, promoção, desenvolvimento e aumento do uso de formas novas e
renováveis de energia;
·
Promoção e pesquisa de tecnologias de sequestro de dióxido de carbono;
·
Promoção e pesquisa de tecnologias ambientalmente seguras, que sejam
avançadas e inovadoras;
·
Redução gradual ou eliminação de incentivos fiscais, isenções
tributárias e tarifárias, e também de subsídios para todos os setores emissores
de gases de efeito estufa que sejam contrários ao objetivo do protocolo;
·
Convenção e aplicação de instrumentos de mercado que reduzam as emissões
de gases poluentes;
·
Estímulo a reformas adequadas em setores relevantes, objetivando
promover políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de gases de efeito
estufa;
·
Limitação e/ou redução de emissões de metano por meio de sua recuperação
e utilização no tratamento de resíduos, bem como na produção, no transporte e
na distribuição de energia;
·
Cooperação, compartilhamento de informações sobre novas tecnologias
adotadas.Assinaturas e
ratificaçõesProtocolo de Kyoto. Esse novo tratado
incluirá todos os países, e não só os desenvolvidos, causando impacto na
economia mundial.
A previsão é de que, no final de 2009, em Copenhague, será desenhado um tratado
para controlar as emissões de gases do efeito estufa (GEE) após 2012, quando
termina o Protocolo de Kyoto. Os aspectos mais práticos, como regras de redução
ou mesmo mecanismos de flexibilização para ajudar os países a cumprirem as
metas, serão construídos depois.
Entretanto, ao contrário do que prevê o Protocolo de Kyoto, as emissões de
gases de efeito estufa dos países mais industrializados cresceram 2,3% entre
2000 e 2006. São números preocupantes, principalmente quando o mundo está
diante de três crises interdependentes: climática, econômica e energética.
A preocupação com os problemas
ambientais vem se intensificando a cada ano, pois é necessária uma mudança
comportamental urgente para não agravar ainda mais a degradação do meio
ambiente. No entanto, há algumas décadas essa temática tem sido abordada; o
primeiro grande evento foi a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972 na Suécia.
Outro grande evento para debate ambiental foi a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada entre os dias 3 e 14 de
junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. O evento, que ficou
conhecido como ECO-92 ou Rio-92, fez um balanço tanto dos problemas existentes
quanto dos progressos realizados, e elaborou documentos importantes que
continuam sendo referência para as discussões ambientais.
Diferentemente da Conferência de Estocolmo, a Eco-92 teve um caráter especial
em razão da presença maciça de inúmeros chefes de Estado, demonstrando assim a
importância da questão ambiental no início dos anos 90. Durante o evento, o
presidente Fernando Collor de Mello transferiu temporariamente a capital
federal para o Rio de Janeiro. As forças armadas foram convocadas para fazer
uma intensa proteção da cidade, sendo responsáveis também pela segurança de
todo o evento.
A ECO-92 contou também com um grande número de Organizações Não Governamentais
(ONGs), que realizaram de forma paralela o Fórum Global, que aprovou a
Declaração do Rio (ou Carta da Terra). Conforme esse documento, os países ricos
têm maior responsabilidade na preservação do planeta.
Duas importantes convenções foram aprovadas durante a ECO-92: uma sobre biodiversidade
e outra sobre mudanças climáticas. Outro resultado de fundamental importância
foi a assinatura da Agenda 21, um plano de ações com metas para a melhoria das
condições ambientais do planeta.
A Agenda 21 consiste em um acordo estabelecido entre 179 países para a
elaboração de estratégias que objetivem o alcance do desenvolvimento
sustentável.
Esse documento está estruturado em quatro seções:
- Dimensões sociais e econômicas;
- Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento;
- Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais;
- Meios de implementação.
O aprofundamento da Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou na elaboração
do Protocolo de Kyoto, de 1997, que objetiva a redução da emissão de gases
causadores do efeito de estufa.
Porém, muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em virtude do modelo
de produção e consumo estabelecido, não colocaram em prática as políticas
ambientais elaboradas durante esses eventos, intensificando o aquecimento
global.Rio + 10
A busca pelo equilíbrio ambiental
As conferências internacionais realizadas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) ao debaterem assuntos relacionados ao meio ambiente,
consistem em oportunidades para a elaboração de projetos na busca por soluções
práticas e eficazes visando a proteção ambiental.
O primeiro grande evento foi realizado em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Em
1982 ocorreu um novo encontro, em Nairóbi, no Quênia. O Brasil sediou uma
conferência, organizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, cujo evento ficou
conhecido como Eco-92. Após 10 anos, foi realizada em Johanesburgo, na África
do Sul, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável.
Entre os dias 26 de agosto a 4 de setembro de 2002, a ONU promoveu em
Johanesburgo, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, também
conhecida como Rio+10. Esse evento reuniu representantes de 189 países, além da
participação de centenas de Organizações Não Governamentais (ONGs).
As discussões na Rio+10 não se restringiram somente à preservação do meio
ambiente, englobou também aspectos sociais. Um dos pontos mais importantes da
conferência foi a busca por medidas para reduzir em 50%, o número de pessoas
que vivem abaixo da linha de pobreza (com menos de 1 dólar por dia) até 2015.
Foram debatidas questões sobre fornecimento de água, saneamento básico,
energia, saúde, agricultura e biodiversidade, além de cobrar atitudes com
relação aos compromissos firmados durante a Eco-92, principalmente colocar em
prática a Agenda 21 (documento composto por 2.500 recomendações para atingir o
desenvolvimento sustentável).
No entanto, os resultados da Rio + 10 não foram muito significativos. Os países
desenvolvidos não cancelaram as dívidas das nações mais pobres, bem como os
países integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo),
juntamente com os Estados Unidos não assinaram o acordo que previa o uso de 10%
de fontes energéticas renováveis (eólica, solar, etc.).
Um dos poucos resultados positivos foi referente ao abastecimento de água. Os
países concordaram com a meta de reduzir pela metade, o número de pessoas que
não têm acesso a água potável nem a saneamento básico até 2015.
Busca: RIO+20
22/06/2012
19h16 - Atualizado em 22/06/2012 21h02
Rio+20 aprova texto sem definir objetivos de
sustentabilidade
Conferência adotou
documento que prevê definição futura de metas.
Texto cita erradicação da pobreza como maior desafio do mundo atual.
Dennis Barbosa e Eduardo CarvalhoDo G1, no Rio
Primeira página do texto final publicado
pela ONU,
com numeração e código de barras. (Foto: Reprodução)
Os 188 países participantes da
Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável adotaram oficialmente o
documento intitulado "O futuro que queremos", nesta sexta-feira (22).
O propósito da Rio+20 era formular
um plano para que a humanidade se desenvolvesse de modo a garantir vida digna a
todas as pessoas, administrando os recursos naturais para que as gerações
futuras não fossem prejudicadas.
Uma das expectativas era de que a reunião
conseguisse determinar metas de desenvolvimento sustentável em diferentes
áreas, mas isso não foi atingido. O documento apenas cita que eles devem ser
criados para adoção a partir de 2015.
O texto final da Rio+20, intitulado
"O futuro que queremos", foi publicado no site oficial da conferência
(leia o documento, traduzido para os
idiomas oficiais da ONU: inglês, espanhol,árabe, russo, francês e chinês). A adoção
aconteceu às 19h15, quando o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo
consultou a plenária dos líderes e não ouviu objeção. "Fica assim
decidido", concluiu, batendo um martelo.
Também na plenária de encerramento,
o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que "o documento final que
foi adotado por consenso fornece formação firme para um bem-estar social,
econômico e ambiental. Agora é nossa responsabilidade desenvolver isso".
"Não podemos mais hipotecar o nosso futuro para as necessidades de curto
prazo", alertou.
"O documento torna-se, hoje, um
marco no conjunto dos resultados das conferências das Nações Unidas ligadas ao
desenvolvimento sustentável", discursou a presidente Dilma Rousseff aos
delegados. "Um passo histórico foi dado em direção a um mundo mais
justo, equânimo e próspero"
A presidente ainda afirmou que o
país se orgulha de ter organizado e presidido "a mais participativa e
democrática conferência, na qual tiveram espaço diversas visões e propostas,
buscando sempre manter um equilibrio respeitoso".
Trecho criticado é mantido
Em relação ao
rascunho aprovado pelos diplomatas no início da semana, o documento adotado em
definitivo pelos líderes, nesta sexta-feira (22), teve apenas mudanças de
formatação, não de conteúdo. Foi mantido, inclusive, o trecho "com total
participação da sociedade civil", que ONGs haviam pedido para ser retirado
porque consideram que foram excluídas do processo de construção do documento.
O documento prevê, entre outras
medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento
sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do
Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.
Este princípio significa que os
países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem
degradado mais o meio ambiente durante séculos.
Outra medida aprovada é o
fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o
estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para
conservação e uso sustentável dos oceanos.
Pobreza
O
texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do
planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores
relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de
tecnologia para os países em desenvolvimento.
Esse sistema atuaria para facilitar
o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas
para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons
exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar
essas políticas.
Por atender restrições de países com
visões muito diferentes, o texto da Rio+20 tem sido criticado por avançar
pouco: não especifica quais são os objetivos de desenvolvimento sustentável que
o mundo deve perseguir, nem quanto deve ser investido para alcançá-los, e
muito menos quem coloca a mão no bolso para financiar ações de
sustentabilidade. O que o documento propõe são planos para que esses objetivos
sejam definidos num futuro próximo (veja abaixo um quadro com o que foi
negociado).
Críticas
O texto da
Rio+20 recebeu críticas das próprias delegações que participaram da conferência
e de organizações não-governamentais. Os negociadores da União Europeia
classificaram a redação de “pouco ambiciosa” e disseram que faltam “ações
concretas” de implementação das ações voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Por sua vez, antes mesmo da
ratificação pelos chefes de Estado, integrantes da sociedade civil assinaram
uma carta endereçada aos governantes intitulada “A Rio+20 que não queremos”, na
qual classificam o texto da conferência de “fraco”.
“O documento intitulado 'O futuro
que queremos' é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados
nestes últimos 20 anos, desde a Rio 92. Está muito aquém, ainda, da importância
e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e
genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos”, afirma
o documento, assinado por mais de mil ambientalistas e representantes de
organizações não-governamentais.
A carta diz ainda que a Rio+20
passará para a história como uma conferência das Nações Unidas que ofereceu à
sociedade mundial um texto marcado por “graves omissões que comprometem a
preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a
garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.”
O documento termina dizendo que a
sociedade civil não ratifica o texto da Rio+20. “Por tudo isso, registramos
nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e
orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade
civil não compactua nem subscreve esse documento”, conclui a carta.
http://imirante.globo.com/noticias/2012/06/23/pagina311872.shtml
RIO 92
Nenhum comentário:
Postar um comentário